República da Estônia

Brasil e Estônia mantêm diálogo político fluido, traduzido em visitas e em apoios recíprocos a candidaturas nos fóruns multilaterais.

O Brasil reconheceu a independência da Estônia em 1921, tendo votado a favor de sua admissão na Liga das Nações mesmo antes do reconhecimento formal. Com a dissolução da URSS, o Parlamento estoniano aprovou, em agosto de 1991, resolução por meio da qual a Estônia recobrava sua independência de facto e reiterava a continuidade do Estado desde 1918. O Brasil reconheceu os efeitos dessa declaração em setembro de 1991, restabelecendo relações diplomáticas plenas em dezembro do mesmo ano.

Existe uma tradicional sintonia entre as posições do Brasil e da Estônia em foros e temas internacionais. Ademais, O Brasil é a única nação latino-americana a manter Embaixada residente na Estônia, em Talin, aberta em 2011, o que propiciou profícua cooperação com relação a candidaturas para cargos em organizações internacionais.

Em 2023, a corrente de comércio bilateral foi de US$ 126,4 milhões, com aumento de 35% em relação ao ano de 2022. As exportações brasileiras para a Estônia foram de US$ 64,7 milhões (+59%), e as importações desde a Estônia, de US$ 61,7 milhões (+16%). O saldo comercial bilateral foi favorável ao Brasil, alcançando US$ 3 milhões. Quase metade das exportações brasileiras foram de café torrado, enquanto o principal produto de importação consistiu em óleos combustíveis.

A área científico-tecnológica se revelou como uma das mais dinâmicas e promissoras das relações bilaterais. Diversas missões brasileiras visitaram a Estônia nos últimos anos. A cooperação em tecnologias da informação e comunicação é promissora. A Estônia é país altamente informatizado e pioneiro no uso de e-government; utiliza assinatura eletrônica para reconhecimento de documentos e plataformas virtuais para prestação de diversos serviços públicos e cartoriais. É avançado também no uso da rede para eleições – trata-se do primeiro país do mundo a permitir o voto pela internet. Em setembro de 2019 foi criada uma Adidância de Defesa junto à Embaixada em Talin com o objetivo de, entre outros, coordenar a cooperação com o Centro da OTAN para Segurança Cibernética (CCDCOE).

Estima-se em cerca de 200 o número de brasileiros residentes no país. Em 2016, foi fundado o Conselho de Cidadãos Brasileiros na Estônia. Em 2018, foi estabelecido o Consulado Honorário do Brasil em Keila-Joa, nos arredores de Talin.

A atividade do setor consular da Embaixada do Brasil em Talin vem aumentando em consonância com a expansão da comunidade brasileira residente na Estônia, hoje estimada em cerca de 700 pessoas. A comunidade é formada por atletas e profissionais esportivos, artistas, estudantes, cônjuges de cidadãos estonianos, e sobretudo empregados do setor de tecnologia. Em 2016, foi fundado o Conselho de Cidadãos Brasileiros na Estônia. Em 2018, foi estabelecido o Consulado Honorário do Brasil em Keila-Joa, nos arredores de Talin. A Estônia, por sua vez, possui Consulado Honorário em Joinville.

Cronologia das relações bilaterais

1921 -  Brasil reconhece a independência da Estônia.

1991 - Brasil reconhece a declaração de reestabelecimento da independência estoniana.

2008 -  Visita ao Brasil do ministro dos Negócios Estrangeiros, Urmas Paet.

2010 -  Visita à Estônia do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

2011 -  Criação da Embaixada brasileira residente em Talin.

2012 -  Presidenta Dilma Rousseff recebe em audiência ministro dos Negócios Estrangeiros, Urmas Paet, às margens da Conferência da Parceria para um Governo Aberto, em Brasília.

2014 -  Visita ao Brasil do ministro dos Negócios Estrangeiros Urmas Paet e inauguração oficial da Embaixada estoniana em Brasília.

2016 -  Fechamento da Embaixada da Estônia em Brasília.

2020 -  Visita da presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid, à Estação Antártica Comandante Ferraz.